Um idoso, utente de um Lar dos arredores de Vendas Novas, sofreu uma queda que lhe provocou um traumatismo com hemorragia;
De imediato foi contactado o 112. Após feita a triagem foi decidido que o caso não justificava a deslocação da viatura do INEM;
Foi recomendado que chamasse a ambulância da localidade para transportar o idoso ao banco de urgência do seu Centro de Saúde;
Este serviço foi cobrado ao idoso. Cerca de 50 euros. A questão que se coloca é saber se este idoso vai ser ressarcido da importância que pagou pelo transporte. Adivinharam... não vai.
A actual legislação prevê que o médico de serviço no banco avalie se o estado do doente justifica ou não a passagem do verbete que comparticipa o serviço. Pelo que pude apurar nos contactos que fiz, parece que há instruções no sentido da contenção deste tipo de despesas
Conclusão: Para se evitarem surpresas desagradáveis, em caso de acidente, recomenda-se que ponderem seriamente se preferem ir de ambulância ao banco de urgência ou se devem optar por chamar um táxi. Sempre fica mais barato, ainda que tenham de pagar uma taxa extra pela lavagem do sangue nos estofos do carro.
MFQ
6 comentários:
Valha a verdade que se diga que em tempos não muito recuados proliferavam as empresas, privadas, de transporte de doentes que em complementaridade com os meios disponibilizados pelos bombeiros, ambulâncias e outros meios de transporte, constituíam a maior frota de veículos existente no país; ao que parece o negócio era altamente rentável, além de muito disputado, não sendo a utilização das viaturas sempre aquela para a qual existiam, além da falta de racionalidade, não digo racionamento esse, de todo, não existia, na utilização.
Mas como todos os negócios mais ou menos especulativos acabam depressa, este do transporte de doentes não fugiu à regra e com a preocupação, perfeitamente legítima e admissível, de por algum rigor no sistema talvez, repito, talvez, se estejam agora a cometer algumas injustiças…
Para aqueles que defendiam, e continuam a defender, que o SNS era o expoente máximo em termos de perfeição, o tema “transporte de doentes”, para além de muitos outros, provam, até à saciedade, de que assim não era e que muitas das reformas são absolutamente imperativas; aquilo que nós conhecemos, para o bem ou para o mal, fruto da nossa experiência no terreno, restrito, onde actuamos, está longe de poder traduzir a realidade dos factos no panorama nacional, pelo que muitas vezes temos alguma dificuldade em perceber o porquê de certas decisões a um nível mais elevado…
Mário Pinelas
Novo blog em vendas novas
http://vnpolis.blogspot.com/
E lá se foram mais uns milhões de euros com a queda de um F-16,da Mase Aerea de Monte Real!....
Esses milhões davam para comprar umas ambulancias para o nosso INEM.
Felizmente não houve perdas de vidas humanas.
....onde está "Mase....."deverá ler-se..."Base Aerea de Monte Real"...
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O ministro Correia de Campos foi, finalmente, substituído; para os mais dogmáticos terminaram todos os problemas do SNS e a partir de agora estão reunidas todas as condições para que se regresse ao paraíso saudável da era pré Correia de Campos…
Contestei várias vezes o ministro Correia de Campos, contestei umas outras tantas vezes a forma como conduziu, mal, as reformas que tentou implementar; continuo, no entanto, a admitir que, em traços gerais, as políticas preconizadas pelo ministro Correia de Campos para o sector da saúde estejam longe de poderem ser consideradas erradas.
Vamos ter um novo ministro da saúde, na circunstância uma ministra, ao que parece mais conotada, alegremente, com a esquerda socialista; acredito que grandes alterações, na forma, se irão verificar mas mantenho sérias dúvidas quanto a alterações, profundas, no conteúdo.
Para terminar, repetirei aquilo que, dispersamente, já aqui escrevi ao longo dos últimos meses:
- Medicina preventiva/curativa, para todos mas com custos diferenciadas face aos rendimentos de cada um, com opção de escolha, e de grande proximidade;
- Medicina de emergência/urgência assente no rápido e eficaz transporte dos doentes para centros, ainda que mais distantes e de percepção menos segura, mas que pelo seu apetrechamento técnico e humano garantem, sobremaneira, muito mais qualidade e eficácia.
Não votei no ministro, não votei no partido que apoiou o ministro da saúde, contesto a FORAMA como conduziu a sua política de saúde, mas ficará, para mim, ainda por provar que, na sua essência, a POLÍTIDA de SAÚDE preconizada pelo ministro Correia de Campos esteja completamente errada.
Mário Pinelas
Caro amigo Mário Pinelas
Os seus comentários, a par de outros igualmente importantes e respeitáveis, constituíram sempre para mim uma referência e um desafio.
A sua participação neste blog foi extremamente séria e objectiva, daí resultando uma mais-valia que enriqueceu o debate.
Quanto à substituição do Ministro Correia de Campos penso que era inevitável quando deu a cara pelas opções erradas do Governo num sector tão sensível como é o caso da saúde. Erradas porque na prática não resultaram, porque não foram precedidas de meios alternativos credíveis, porque não foram suficientemente explicadas, e porque agora há uma maior visibilidade da insatisfação das populações.
Encaro esta remodelação como muito positiva. É um sinal que a opinião pública ainda conta e isso dá-me alguma tranquilidade.
MFQ
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