2.11.07

E as Esperanças me Morreram



Lindas esperanças me acalentaram
Lindamente delas me trajei
Cismando-as em belas danças m'embalei
Enquanto sumptuosas me trajaram
.
Mas meus jovens anos exalaram
E os trajes d'esperança que ostentei
E os passes fantasiosos que dancei
De figurativo não passaram
.
As esperanças foram-me morrendo
Suas cores se desvanecendo
Como que vestígios dum brocado lindo
.
E a desesperança em meu ser ficou
Porque das esperanças nada sobrou
Delas me ficou um travor amargo infindo
.
João M. Grazina (Jodro)

Devaneando: Versos que brotaram do meu coração, num momento de desânimo, após ter sofrido grave acidente de viação (corria o ano de 1957) onde lutei contra a morte que ultrapassei mas que me deixou durante alguns anos fisicamente incapacitado, impossibilitando-me de seguir a carreira que gostava e que exigia esforço físico e assim não fui o que desejei ser mas o que a sorte quis:

"A esperança à minha volta adejou
Mas esvoaçando p'ra longe me desprezou"
...
"Em vez de estrada bem asfaltada
Calhou-me vereda de espinhos juncada"

Acontece a todos os mortais de que faço parte, nem sempre a vida correr de boa feição. A razão do presente poema, não foi mais que exprimir a profunda mágoa que me torturou, naqueles já distantes anos da minha juventude.
"Jodro"



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