5.11.07

Observando




“A vaidade”

Costuma-se dizer que “de vaidoso todos temos um pouco”, uns mais outros menos. Podemos mesmo dizer que um pouco de vaidade ajuda na auto-estima do ser humano, mas...


Ao longo da vida, a experiência de lidação que vamos tendo com os outros seres da natureza chamados de “humanos”, faz-nos ganhar a maturidade e “calo” que nos ensina que a vida não é a perfeição em “pessoa”, longe disso.

Apesar do “aperfeiçoamento” que podemos atribuir à forma como foi criada a “vida”, principalmente no nosso planeta, já que do resto do Universo, “desconfia-se de que!?!”, vão-se conhecendo com as vivências, aspectos das relações de humano para humano e até de humano para seres irracionais, que deixam muito a desejar, e não me demarco dessas atitudes porque também cometo alguns desses erros.

Os últimos sete anos da minha vida têm-se revelado particularmente desgastantes e sinto-me envelhecer, possivelmente com as responsabilidades e preocupações que um indivíduo vai adquirindo. O que é certo é que não estava habituado, e talvez pela educação que tive, me seja mais difícil encaixar certas atitudes e reacções que pelo que comecei a perceber, são corriqueiras no ser humano.

São raros os “indivíduos” com quem tenho lidado, que não me tenham de certa forma desiludido, não que sejam obrigados a partilhar dos mesmos valores de boa convivência que fazem parte do estereótipo de relação de pessoas que idealizei, mas que julgava que certos aspectos, ocupassem o valor que realmente deveriam merecer na sua vida, ou seja pouco importantes, se calhar sou eu que estou errado.

De todos os defeitos que o ser humano tem, o que me tem feito mais dificuldade em encarar neste período, é a excessiva “vaidade”. Principalmente quando se assumem posições de notoriedade em instituições, porque corre-se o risco de, quando desenfreadamente se envaidece, ser a própria instituição que perde com isso, isto porque se está exposto e aí, qualquer atitude que se tome, é a instituição que está a ser avaliada aos olhos da sociedade.

Nunca pensei que a necessidade “do nome”, e “da imagem” serem popularizadas, fosse para certas pessoas quase doentia, para quê se o destino está marcado para todos nós. Quando se assume uma posição neste mundo, há que dar tudo o que se pode de uma forma desinteressada, porque como costumo dizer, as instituições não têm autonomia de pensamento, são os “perfeitos” seres humanos que definem o rumo e os actos, quer seja para o bem ou para o mal, mas as ditas instituições ficam e as pessoas passam, e é isso que às vezes penso que é esquecido. Parece que quando o aspecto da notoriedade é tocado, há quem se transfigure e se “passe por cima de”, se for preciso, só para o objectivo ser alcançado. E no fundo para quê? Será que isso produz alguma realização especial? É algo que não compreendo.

Esta, foi uma “observação” um pouco diferente das que habitualmente trago. Entendam-na se quiserem como um desabafo. Penso que pode servir para reflexão. Até à próxima.



3 comentários:

ALG disse...

Caro amigo:

O teu desabafo merece o seguinte comentário:
"Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais"

Abraço

João Fialho disse...

Olá, amigo Carlos.
O seu desabafo (é disso que se trata, não é?) tem muito que se lhe diga.

É pena que se sinta desgastado e desgostoso com o que tem passado nos últimos anos. Significa que as coisas não lhe têm sido fáceis.

Compreendo a sua desilusão em relação a certos "pseudo-notáveis". Mas também me parece que o melhor a fazer é não lhes dar assim tanta importância. Esqueça, passe á frente, parta para outro desafio.

Não alimente o mesmo nível de expectativas em relação a toda a gente. Ou acontece-lhe isso mesmo - desilusão. Há sempre quem mereça e quem não mereça. Preocupe-se em fazer bem a distinção.

Esforce-se e dedique-se essencialmente às coisas e às pessoas que efectivamente mereçam a sua atenção. Mas não desanime, dias melhores virão.

Saudações amigas.

Anónimo disse...

A vaidade e a inveja são o alimento dos pobres de espírito.